Engana-se quem imagina que simples mudança do governo modifica o quadro da economia do País, no curto prazo. Os sucessivos governos do PT praticaram políticas econômicas equivocadas, baseados na premissa de crescimento do País através do consumo interno, com valorização artificial do real. Foi estratégia dos formuladores da política econômica do PT, que procurou proporcionar "sensação de bem estar" e "sensação do poder de compra" à população.
O equívoco da política econômica no primeiro mandato do governo Dilma, marcou pelo aprofundamento do equívoco da política econômica equivocada do governo Lula. À excessiva valorização do real foi acrescido o engessamento das tarifas administradas, como de combustíveis e de energia elétrica. O resultado é que o índice de aprovação do governo Dilma foi à estratosfera: 77% de bom e ótimo. Mas ficou a estrutura da economia desorganizada.
Não há almoço grátis e a economia cobrou o seu preço no ano de 2014. No entanto, a presidente Dilma manteve a política equivocada para garantir a sua reeleição. A economia já mostrava sinal de alerta, mas Dilma mentiu para a população a real situação da economia e continuou com o equívoco. Escondeu do Congresso Nacional, o rombo no Orçamento, através do já conhecido "pedaladas fiscais" para fechar o Balanço de 2014. Isto está trazendo transtorno enorme para fechar o balanço de 2015.
Joaquim Levy foi nomeado ministro da Fazenda, atendendo a sugestão do presidente do Conselho de Administração do Bradesco. Joaquim Levy pensa pequeno. O novo ministro da Fazenda quis resolver o equívoco da política econômica, unicamente, por lado de ajuste fiscal. Joaquim Levy deixou de lado a resolução dos problemas estruturantes da economia. O resultado é que o balanço das contas do governo em 2015 deverá fechar, novamente com o rombo, que se fala em R$ 50 bilhões a R$ 117 bilhões.
O PMDB quer derrubar a Dilma, contribuindo com o quórum necessário para o impeachment da Dilma. O objetivo do PMDB é chegar à presidência da República com o Michel Temer, atual vice da Dilma. O PMDB vai apresentar no próximo Congresso do Partido, a se realizar no dia 15, um novo plano de governo. Fala-se nos bastidores que no governo Michel Temer, o ministro da Fazenda será o tucano José Serra. Por mais competente que seja o senador José Serra, num governo fraco como seria do Michel Temer, não será possível engajar a sociedade civil organizada para aderir ao novo plano do governo. Temer será tão fraco quanto Dilma.
Não há condição de executar um plano de crescimento sustentável à curto prazo, simplesmente com troca de governo fraco por outro fraco. Qualquer novo plano deverá vir com medidas de choque como pré-condição. Não há plano de crescimento econômico com inflação ultrapassando 10% ao ano. Não é política econômica neoliberal tradicional que vai tirar o País da situação grave que se encontra. A fórmula clássica do FMI de conter a inflação via taxa básica de juros, Selic, não é adequado e nem conveniente para o quadro grave da economia que se encontra. O Michel Temer não tem cacife para mudar radicalmente a política econômica.
À essa altura dos acontecimentos, a solução não virá por via do mercado financeiro. Não será José Serra ou Armínio Fraga que vai colocar o País nos eixos, no curto prazo. O quadro da economia está tão deteriorada que requer uma "parada técnica" para rearrumação geral da economia e só depois implementar o plano de desenvolvimento econômico do País, sustentável.
Para que haja mudança na política econômica, somente através de novas eleições, onde o povo deverá escolher o seu novo presidente para promover as mudanças que se fazem necessários. É possível que apareça novos nomes, além do Aécio, Lula e Marina.
Só temos certeza de que o PMDB do Michel Temer não é solução para o País! É como trocar 6 por meia dúzia!
Ossami Sakamori
Source: Ossami Sakamori BlogSpot.com