Crédito da imagem: Estadão
As notícias negativas sobre economia nos cenários externo e interno, levou o dólar à vista a iniciar o mês de setembro no maior valor em quase 13 anos. O dólar comercial fechou hoje na cotação de R$ 3,69 acima do R$ 3,73 do dia 13 de dezembro de 2002, esta última cotação devido ao efeito Lula.
No cenário externo, a mudança na política econômica da China está levando o mercado mundial de ações e de moeda em queda. Para os chineses faz parte da mudança no foco na economia. Antes, o crescimento era sustentado com dólar valorizado ou o yuan desvalorizado, baseando o crescimento econômico nas exportações. A mudança da política econômica visa dar prioridade ao mercado interno, valorizando o yuan frente ao dólar. O que é mudança de enfoque na economia para os chineses virou problema para o mercado financeiro mundial, sobretudo para o Brasil.
O cenário político econômico interno, com a apresentação do Orçamento da União para 2016 com déficit primário de R$ 30,5 bilhões, não só mexeu com o humor do mercado interno, mas também o do mercado financeiro internacional. O Banco Morgan Stanley, afirmou em último relatório da possível perda do "grau de investimento" do Brasil nos próximos 12 meses. O relatório mostra que o Brasil, entrará no rol de países com o "grau de especulação".
Com a possibilidade de "grau de especulação", os investidores institucionais tradicionais como fundos de pensão dos países desenvolvidos começam a revoada para países mais seguros, com o "grau de investimento". A saída de dólar, por enquanto discreto, já provoca a alta do dólar. A reserva cambial tão festejada pelo Banco Central do Brasil em cerca de US$ 370 bilhões, não é tão significativo. Só como comparação, a reserva cambial da China gira em torno de US$ 3,8 trilhões ou equivalente a 10 vezes a reserva cambial brasileira.
Outro motivo que vai traduzir na fuga de dólares, consiste no provável alta da taxa de juros do título do governo dos Estados Unidos, devido a consolidação de crescimento do PIB americano, que já ultrapassa os 2,5% nos 12 últimos meses. Esta alta da taxa de juros dos títulos americanos é o que mais teme o Banco Central brasileiro. Quem acompanha a movimentação do FED não é difícil concluir que haverá o esperado aumento da taxa de juros básicos do título americano, ainda este ano.
Diante do cenário, é possível prever que o dólar no final deste ano deverá romper facilmente os R$ 4,20. A minha previsão inicial de dólar nos níveis de R$ 3,50 a R$ 3,60, já rompeu com 4 meses de antecedência. O swap cambial tradicional não está mais fazendo efeito na cotação do dólar. O Banco Central, já está vendendo o dólar físico à futuro, na tentativa de segurar a cotação. As tais medidas serão inúteis em função das considerações já expostas acima.
Com segurança podemos afirmar que o dólar comercial romperá a cotação de R$ 4,20 até o final do ano.
Ossami Sakamori
Credit: Ossami Sakamori BlogSpot.com
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