É triste a notícia que vou dar. Vou responder à indagação de meus leitores deste blog sobre a verdadeira situação política e econômica do País. Minha opinião, em maior parte, coincide com o dos agentes econômicos de fora do Brasil. Não estou a falar sozinho como que no deserto sem platéia. O mundo já percebeu que o Brasil passa por situação muito delicada política e economicamente. Só nós brasileiros, não percebemos sobre a gravidade da situação que vivemos.
A crise política não chegou ainda no auge. Ainda há pendência de julgamento sobre pedido de cassação da chapa Dilma/ Temer pelo TSE. Apesar de esforço do ministro Gilmar Mendes em apressar o desfecho, a decisão final vai demorar muito. O processo no TSE vai atravessar o ano de 2015, sem sombra de dúvida. Na melhor das hipóteses teremos o veredicto somente no final no próximo ano.
A "pedalada fiscal" ganhou contorno mais claro. O advogado geral da União, Luís Inácio Adams, de caso pensado vai meter o bedelho onde não devia. O ato do advogado geral da União e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, me pareceu como último ato em defesa da presidente Dilma. O ato de ambos, da área jurídica da equipe da presidente Dilma soa como se fosse último ato deles. Os dois já estão à perceber que a "pedalada fiscal" de 2014, vai levar Dilma ao impeachment.
A última reforma administrativa, não atendeu o requisito de "enxugamento" da máquina administrativa. A reforma administrativa que diminuiu o número de ministérios de 39 para 31, não atende a necessidade de corte de custeio da máquina administrativa. A reforma foi apenas pano de fundo para a reforma ministerial que a Dilma utilizou para apaziguar o partido aliado, o PMDB. Dilma fez a aliança do o PT com o maior partido do Congresso, o PMDB. Mas, nada disso, vai funcionar como apoio efetivo para aprovação de medidas para viabilizar o "superávit primário" do Orçamento Fiscal de 2016.
Na área econômica, o foco estava em apresentar o "superávit primário" da União para o próximo ano, mas a surpresa é que o Balanço da União deste ano, 2014, está fechando com "déficit primário". O resultado negativo entre receita e despesa da União, até final de agosto, é prenúncio de coisa ruim. O Brasil já está amargando o prejuízo pela classificação da agência Standard Poor's em "grau de especulação". Com o resultado do Balanço de 2015, certamente outras agências de classificação seguirão o S&P, classificando o Brasil como lixo (junk).
O quadro da economia real, está cada vez mais crítica. Como mostramos na matéria anterior, as empresas brasileiras em geral, de todos os setores, estão colocando o pé no freio. O setor industrial, o setor primário e o setor de serviços estão dispensando funcionários em massa. Exceção feita, apenas para o setor de agronegócio que tem mostrado ligeiro crescimento. No entanto, mesmo no setor de agronegócios, os fatores externos vem anulando o crescimento positivo. O preço de commodities vem declinando, desde ano passado e o insumo vem encarecendo com a alta do dólar.
Diante do quadro apresentado, política e economicamente, não prevejo melhora nos próximos meses, mesmo que aconteça o impeachment da Dilma. Estruturalmente, a economia brasileira está desorganizada. Nem é preciso lembar que estamos em recessão próximo de 3% do PIB, inflação rompendo 10% (dois dígitos), taxa básica de juros Selic a 14,25% ao ano, juros ao nível de consumidor acima de 300% ao ano e número de desocupados aproximando-se de 10 milhões. A reversão desse quadro não é tarefa apenas para uma equipe econômica, mas terá que ser esforço conjunto do governo e sociedade para superar a "crise".
No momento, o que tenho a dizer para meus leitores é que o fundo do poço da "crise" ainda está longe de chegar. A possível reversão do quadro da economia, mesmo com o impeachment da Dilma, não vem de uma hora para outra. Melhor mesmo, para os reles cidadãos, como este que escreve, é se recolher e esperar a "tempestade" passar.
O grito, o esperneio, críticas, tem pouco efeito prático na atual conjuntura. Teremos de esperar que a Dilma, o PT e o PMDB, caiam de maduro por si só. Eles estão cavando as próprias sepulturas. É esperar para assistir o enterro das facções criminosas que tomou conta do País, nestes últimos 13 anos. É dolorido dizer, mas a realidade é o que assistimos a presidente da República cavando a sua própria sepultura.
Ossami Sakamori
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