Crédito da imagem: Blogdosaposentados
Os leitores me pedem que eu opine sobre situação da renda dos brasileiros para o próximo ano. Eu já disse que não tenho bola de cristal para saber o que acontecerá com o futuro do País. No entanto, posso fazer uma avaliação aproximada do que poderá ocorrer com a renda do brasileiro em geral nos próximos 12 meses, se a presidente Dilma não cair.
A economia brasileira não anda bem. O governo federal, em especial, não consegue equilibrar o Balanço das contas, sem as pedaladas fiscais. A previsão inicial de "superávit primário" de R$ 65 bilhões, fala-se em "déficit primário" de mais de R$ 50 bilhões. Em tese, se não fossem títulos da dívida do Tesouro, o governo federal teria que emitir papel moeda para cobrir o "rombo". Seja título ou papel moeda, a cobertura do "rombo" será um dos focos da inflação nos próximos 12 meses.
A taxa básica de juros dos títulos da dívida interna do governo federal, Selic, está em 14,25%, muito acima da inflação corrente. Ao contrário do que afirmam os formuladores da economia, do governo e de muitos analistas econômicos, de que a alta da taxa Selic "segura" inflação, é exatamente o contrário. Os juros reais pagos pelo governo federal "realimenta" a inflação. Na minha opinião, ao praticar a taxa Selic acima da inflação é como botar gasolina na fogueira da inflação.
A inflação que já alcança dois dígitos (acima de 10%), realimenta a inflação. A inflação vira inercial. É como andar de carro. Depois de veículo em movimento, perdemos a noção da velocidade. Isto se chama velocidade inercial. Acostumamos com ela. O passageiro só apercebe da velocidade, quando imprime velocidade maior do que anterior. Com a inflação é a mesma coisa. Depois que acostuma, incorpora-se no cotidiano da pessoa. Só apercebemos que há alta quando a inflação futura for maior do que a presente.
Não há em vista medida de contração da base monetária por parte do Banco Central. Pelo contrário, o governo federal ampliou o limite do crédito consignado de 30% para 35% da renda. É mais gasolina na fogueira. O governo federal acabou de anunciar a ampliação do limite de financiamento para aquisição de casa própria. Isto é expansão da base monetária. É o governo irresponsável botando gasolina na fogueira da inflação.
Resumindo, com a continuidade do governo Dilma, esta situação não vai mudar. Joaquim Levy é muito pequeno, apesar de porte físico grande, para formular política econômica de longo prazo, com previsão de desenvolvimento sustentável. Não esqueçamos que Joaquim Levy é banqueiro. Levy pratica política econômica que privilegia apenas o setor bancário. Os banqueiros estão lucrando como nunca, com esta situação. É o lobo cuidando do galinheiro!
O que quero chamar atenção dos leitores é sobre a diferença entre a inflação oficial, IPCA, é a inflação do bolso. O IBGE aponta inflação oficial próximo de 10% ao ano, mas a inflação do bolso do consumidor representa cerca de 30% ao ano (o dado não é científico). A prevalecer atual governo que vem praticando política econômica equivocada, conforme comentamos acima, a inflação do bolso para o próximo ano, 2016, deverá ser de de 30% ao ano, sobre os preços já exorbitantes dos produtos e serviços de consumo.
Para quem está reclamando que a inflação comeu parte da renda neste ano, pode se preparar para o ano que vem. A inflação do ano que vem, vai comer mais um tanto igual ou superior ao deste ano. Grosso modo, podemos dizer que a inflação do bolso de 2015 e a de 2016, somados, vão comer mais de metade da renda, comparado com aquela de 2014.
Este quadro só vai mudar se houver a queda da Dilma e Temer. Infelizmente, o vice Michel Temer, não tem força política para implementar uma política econômica correta para a situação. Se houver o impeachment da Dilma e do Temer, tudo que foi dito por mim sobre o ano de 2016, fica invalidado. O quadro deve mudar para o melhor, qualquer que seja o novo governo. Pior que o governo Dilma não vai ser.
Por enquanto, vamos apertando o cinto e se preparando para o pior no ano que vem. A prudência recomenda.
Ossami Sakamori
Origin: Ossami Sakamori BlogSpot.com
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