Após espera de semanas, a presidente Dilma anunciou a reforma administrativa e os novos ministros que compõe a pasta do novo ministério. Nominalmente, foram extintos 8 ministérios, passando de 39 para 31. Mas, nada que justifique o estardalhaço do anúncio. O destaque foi dado ao corte nos salário da Dilma e dos ministros em 10%, correspondente a cerca de R$ 3 mil por mês. Mas não se falou em cortar gastos com cartões corporativos dos próprios.
Em linhas gerais, a Dilma perdeu o poder. Quem manda agora, na prática, é o ex-presidente Lula e o PMDB. A principal mudança ocorreu nos ministros da casa. A chefia da Casa Civil foi nomeado o ex-governador e amigo pessoal do Lula, Jaques Wagner. Para Secretaria Geral da Presidência da República foi nomeado o Ricardo Berzoini, membro ativo da direção do PT.
O PMBD ganhou 8 ministérios, entre eles o Ministério da Saúde. No entanto, o PMDB saiu rachado na troca troca de ministros. Dentre 66 deputados do PMDB na Câmara dos Deputados, 22 assinaram manifestos contrário à reforma anunciada pelo presidente Dilma. Estes dissidentes do PMDB, certamente votarão contrários às medidas vindo do Palácio do Planalto. Os partidos de oposição composto por PSDB, PPS e DEM, ganhou reforço do PSB e agora com o apoio dos dissidentes do PMDB. Ainda há forte indicativo de que o PTB e PDT, passarem a fazer parte da oposição.
A reforma administrativa, concomitante à reforma ministerial, acontece no momento em que a presidente Dilma tem rejeição de 69% da população e apoio de apenas 10%. O anúncio parece não mudar o quadro de credibilidade do País no mercado internacional. Os estrangeiros veem com ceticismo tanto a reforma administrativa quanto à reforma ministerial (titulares dos ministérios). O resultado está demonstrado no mercado financeiro. O dólar fechou com uma ligeira queda, apenas.
Por outro lado, o risco do Brasil medido pelo CDS (Credit Default Swap) continua ascendente. O número que era de 463 pontos, ontem, subiu para 465 pontos, hoje. Só para comparação, os riscos de outros países emergentes estavam com pontuação, hoje, em: Rússia em 372 pontos, Turquia em 315 pontos, África do Sul em 294 pontos e Indonésia em 206 pontos. Portanto, o Brasil continua sendo o "pato manco" entre os emergentes.
Com o novo quadro político, nada mudou o quadro da economia. Pelo contrário, o mercado está apostando num rali de volta à normalidade, somente "pós-Dilma". A reforma administrativa e a reforma ministerial anunciada pela presidente Dilma é como "voo de galinha", não vai chega a lugar nenhum.
A notícia nem esquenta nas rodas de conversa entre empreários, vai direto no esquecimento. O assunto retornar ao "pós-Dilma".
Ossami Sakamori
@SakaSakamori
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