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segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Com Dilma ou com Temer, o ano de 2016 já está perdido!


O Boletim Focus do Banco Central anunciou previsão do PIB deste ano revisado para 3,5% de retração para este ano e 2,5% de retração para o próximo ano. A inflação deste ano foi revisado para 10,44% e manteve a inflação do próximo ano no teto da meta de 6,5%. Os indicadores apontam graves consequências para o próximo ano.

Ontem, o ministro Joaquim Levy tinha adiantado a tendência da economia para o próximo ano. O ministro disse na entrevista concedida à Globo News de que o crescimento da economia só iria voltar com os novos ajustes na economia, após 2017. Ele citou a necessidade de aumento de impostos para equilibrar o Orçamento Fiscal, dando a entender que a recriação da CPMF seria inexorável.

O diagnóstico é que a retração veio para ficar por período mais longo do que imaginava o Joaquim Levy. No início deste ano, o ministro dizia que a retomada do crescimento da economia iria ocorrer no final deste ano. Parece que o ministro errou no seu diagnóstico. E errou feio!

A inflação que deveria terminar próximo do teto da meta de 6,5%, neste ano, fugiu do controle. O índice da inflação está apontando a tendência de alta. Se não forem tomadas medidas de contração da base monetária, a inflação poderá virar numa curva conhecido como espiral. Isto é que configura para os próximos meses, se não tomar medidas de contração da base monetária.

Desde a abertura deste blog, em fevereiro de 2012, estou chamando a atenção, entre outras coisas, ao equívoco da política econômica do governo Dilma. Entre os equívocos era citado por mim, o engessamento das tarifas administradas, o real valorizado e a taxa básica de juros utilizado como instrumento de combate à inflação. A somatória de equívocos, deu no que deu. Pior, vai dar no que dará.

Para o próximo ano, as tarifas públicas, ainda, tem o residual de ajustamento. O real continua valorizado em relação ao dólar, se considerar o atual patamar de R$ 3,85. A taxa básica de juros Selic está demasiadamente inflada no atual patamar de 14,25%, para a inflação está previsto próximo de 10%.

Na matéria anterior, este blog chamou atenção dos leitores de que a presidente Dilma transfere R$ 200 bilhões para o setor bancário e empresas beneficiárias do BNDES, em termos reais, descontado inflação, em forma de pagamento de juros da dívida pública federal bruta. Isto seria uma espécie de Bolsa Empresário para as famílias mais ricas do País, enquanto o Bolsa Família distribui R$ 28 bilhões do Orçamento da União para a população pobre do País. Isto causa reflexo direto e imediato na economia.

O governo Dilma está fechando o Orçamento Fiscal de 2015 com um "déficit primário" de R$ 120 bilhões. Somado à transferência de R$ 200 bilhões, o rombo "real" do governo Dilma no ano de 2015 será de R$ 320 bilhões. Isto tudo não aparece porque o governo da União rolando a sua dívida pública, o total do rombo. O rombo nominal é muito maior, porque deverá levar em consideração a inflação.

Mantendo a política equivocada já apontada por este blog, isto vira um círculo vicioso. O rombo deste ano ajuda provocar o rombo para o próximo ano. A inflação deste ano ajuda a provocar a inflação para o próximo ano. Pelo pensamento do atual ministro da Fazenda Joaquim Levy, este círculo vicioso continua.  O governo Dilma aplica equivocadamente, a fórmula clássica da política econômica do FMI: juros altos para conter a inflação.

Com a Dilma ou com o Temer, se não houver mudança conceitual da política econômica, o atual quadro da economia não melhorará. No meu entender, o problema da economia brasileira não está somente na credibilidade do governante, mas sobretudo na formulação da política econômica. Fico arrepiado quando vejo os postulantes ao cargo de presidente em substituição a Dilma, ter os mesmos pensamentos referente à matriz econômica, isto é a fórmula clássica da política econômica do FMI.

Com Dilma ou com Temer, o ano de 2016, já está perdido!

Ossami Sakamori

 








Credit: Ossami Sakamori BlogSpot.com

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