O mercado financeiro nacional e internacional pegou mal a nomeação do Nelson Barbosa pra ministro da Fazenda pela presidente Dilma. Este blog já tinha anunciado que a nomeação do Nelson Barbosa a economia deteriorá ainda mais. Aliás, nem é preciso ser um grande "expert" em economia para fazer o diagnóstico negativo da nomeação de hoje.
Neste momento, o dólar está sedo contado a R$ 4,03. Isto é sinalização de que o mercado internacional não acredita na capacidade do Nelson Barbosa, em tirar o Brasil da recessão que se meteu com Joaquim Levy. Nelson Barbosa é defensor das pedaladas fiscais. Foi ele que elaborou a mudança da LOA - Lei Orçamentária Anual de 2015 para "déficit fiscal" de R$ 120 bilhões. O mercado financeiro internacional, que tem aplicações em títulos do Tesouro brasileiro, quer o "superávit fiscal" custe o que custar. É a fórmula clássica do FMI é que está sendo desrespeitada.
Até este momento, Nelson Barbosa, anunciou apenas a mudança na idade da aposentadoria, numa tentativa à longo prazo de equilibrar os gastos do governo com a previdência social. Esta sinalização, embora correta, o resultado aparece ao longo dos anos. Esta medida não traz reflexo na economia no curto prazo. A medida é muito pouco para reverter o sentido da economia do País de recessão para aceleração de desenvolvimento.
O País vive, no momento, com previsão de retração deste ano de 2015 em 3,7% e inflação de 10,7%. As projeções dos indicadores para o próximo ano, também, não são nada animadoras. Maior parte dos analistas do mercado prevê para o próximo ano retração ao redor de 3% e inflação ligeiramente abaixo de dois dígitos (10%). A medida anunciada pelo Nelson Barbosa não mudará em nada a projeção dos indicadores econômicos do próximo ano.
O Brasil vai viver no próximo semestre, instabilidade política com a briga do processo de impeachment da presidente Dilma e o processo de cassação do registro da chapa Dilma/ Temer em andamento no TSE. Isto é briga para "mais de metro". Não há definição clara como estes dois episódios vão terminar. Uma coisa é certa, as notícias do primeiro semestre do ano que vem será dominado por estes dois temas. Enquanto isto, a economia fica em compasso de espera pela definição política.
Na economia, com ou sem Nelson Barbosa, o Banco Central não mudará a sua política monetária, que vem adotando ao longo dos 5 anos de governo da presidente Dilma. A política monetária do Alexandre Tombini, de utilizar a taxa básica de juros Selic como principal instrumento de combate à inflação deverá prevalecer. Eu sou dos poucos articulistas da área econômica que discorda desta postura do Banco Central para combater a inflação.
Para este articulista, a taxa básica de juros Selic não é o "remédio" para inflação, mas o "termômetro". Dentro deste conceito, a taxa Selic na altura de 14,25% ao ano, para inflação ligeiramente acima de 10%, serve apenas para atração de capital especulativo para financiar a dívida pública federal. Não é por acaso é que as três "economias em crise", Rússia, Turquia, África do Sul e Brasil adotam taxa básica de juros as mais altas do mundo. Podemos associar, então, a "alta taxa básica de juros" com a "crise econômica"
O Brasil é considerado como um dos patinhos feios do mundo. E o povo paga o preço da incompetência do governo, com retração, inflação e desemprego. Isto tudo vai ser implementado com Nelson Barbosa e Dilma Rousseff.
Dilma e Nelson se merecem!
Ossami Sakamori
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