Crédito da imagem: Estadão
Minha leitora que reside em Bento Gonçalves, RS, sugere que eu escreva sobre o tema "investimentos em 2016". Pois, não tenho boas notícias para para ela. As empresas brasileiras, não estão preparando nenhum investimentos para este ano, com exceção do setor da indústria que tem como foco as exportações. Infelizmente, isto reflete no índice de desemprego e este será o tema da matéria de hoje. Gostaria muito, de quanto antes, escrever sobre investimentos no País.
Segundo dados da Pnad - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE, um total de 2,5 milhões de pessoas passaram a buscar uma vaga de trabalho, no trimestre terminado em outubro de 2015. O avanço em relação ao mesmo período de 2014 é de 38,3%, o maior já verificado na série histórica da pesquisa, inciada em 2012. A soma de trabalhadores desempregados subiram para 9,1 milhões.
Até o PT saiu em defesa da manutenção da taxa básica de juros Selic dos títulos do Tesouro, que será definido pelo Banco Central na próxima quarta-feira. Segundo o "neoliberal" Paulo Pimenta, PT/RS, líder do governo na Comissão Mista de Orçamento, "um aumento de juros para segurar demanda e a inflação terá desemprego como consequência". Nada como discurso de um bom "neoliberal" petista. O governo PT está metido até o pescoço com a fórmula clássica do FMI. Quem te vê, quem te viu !
Por outro lado, o senador Ataídes de Oliveira, PSDB/TO, ocupou a tribuna do Senado para chamar atenção do fato que fica ao largo das análise dos analistas econômicos. Segundo senador Ataídes de Oliveira, a pesquisa do Pnad, não leva em conta como "desempregado" três categorias de trabalhadores. A primeira categoria são os "não empregados" com menos de 30 dias da demissão e a segunda categoria são os "não empregados" que estão recebendo o "seguro desemprego".
Os beneficiários da Bolsa Família, a terceira categoria, não fazem parte das estatísticas de "desempregado" no índice da Pnad. São 13,9 milhões de pessoas atendidas pelo programa social do governo federal. Para efeito de estatística, os beneficiários do Bolsa Família são uma espécie de "párias" ou "vagabundos", isto porque não constam como "desempregados", nas estatísticas do IBGE.
O que impressiona é o número de desempregados que fazem parte da categoria de "não empregados", portanto não estão nas estatísticas do IBGE como "desempregados". Segundo senador, são 2 milhões de trabalhadores, "não empregados" que foram demitidos há menos de 30 dias e os 8 milhões de "não empregados" que recebem o benefício do "seguro desemprego", não fazem parte dos "desempregados". Ele se referia ao dados oficiais que ele coletou no IBGE.
Na soma, o Brasil tem 10 milhões de "não empregados" esperando pela abertura de vagas no trabalho. Eu disse: 10 milhões de trabalhadores "não empregados", fora das estatística de "desempregados" da Pnad do IBGE. Este número passa batido nas avaliações dos economistas que analisam a situação do País. Claro, vamos fazer justiça ao senador Ataídes Oliveira que ele se preocupou com o tema.
Com o País em desenvolvimento, contrário do Brasil de hoje, este contingente de 10 milhões de trabalhadores "não empregados", que representa cerca de 10% da força de trabalho, encontrariam trabalho quando terminam o período atendido pelo "seguro desemprego". No entanto, as empresas brasileiras estão mais demitindo do que admitindo, conforme demonstra as estatística do próprio IBGE, o aumento de 2,5 milhões de "desempregados" na data base 30 de setembro. Isto é o País está em recessão!
Todo este preliminar para afirmar que, com continuidade da recessão prevista para este ano em igual nível de 2015, pelo menos 5 milhões dos 10 milhões de "não empregados" entrarão nas estatísticas da Pnad do IBGE como "desempregados". No trimestre que terminará no 30 de setembro deste ano, é possível e é provável que o Brasil esteja com acréscimo de 5 milhões (50% do "não empregados") ao número de "desempregados". A esta altura, o Brasil estará com 14,1 milhões de desempregados ou equivalente a 14% da força de trabalho. Isto é um índice alarmante!
Não vem que não tem, os falsos otimistas! Não sou pregador de apocalipse e muito menos responsável pelo quadro da economia que o País encontra.
Infelizmente, este será o quadro sombrio que se espera do governo Dilma, para o ano de 2016.
Ossami Sakamori
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