Não entendo como profissionais do mercado financeiro e investidores institucionais não enxergaram o que este articulista mequetrefe já via com preocupação sobre a Petrobras. Ontem, as ações da Petrobras despencaram na Bovespa, tanto as Ordinárias como as Preferenciais. Escrevi no domingo (10/1) Petrobras está falida! e na segunda (11/1) Petrobras. Castelo de cartas de R$ 1 trilhao ! .
A Petrobras é economicamente inviável, com preço de barril de petróleo WTI abaixo de US$ 50. Explico. Segundo informações da própria Companhia, divulgado há mais de 2 anos, antes da baixa do petróleo, de que o custo de exploração do petróleo na camada "pré-sal" era de US$ 50 para cada barril. Ontem, a cotação do petróleo em Nova York (WTI) estava cotado a menos de US$ 30. Petrobras paga para extrair o "pré-sal".
A baixa de petróleo no mercado internacional é justificada pelos analistas do mercado de petróleo com a quebra de "cartel" de fornecedores do petróleo entre os maiores produtores, a Arábia Saudita e Irã. Como se sabe, a Arábia Saudita e Irã estão com relações políticas rompidas por conta das diferenças religiosas. A Arábia Saudita é controlada pelos muçulmanos sunitas e o Irão controlado pelos muçulmanos xiitas. Parece que esta briga vai longe e portanto não há reversão de tendência do preço de petróleo no curto prazo.
Para quem faz análise apurada no balanço da Petrobras, sob critério técnico, sem paixão, vê que a Companhia está em "estado de falência", conforme matéria escrita por este articulista. O pior de tudo é que quebras da Petrobras coloca em risco o "sistema Petrobras", também detalhada na outra matéria sobre o tema. Sugiro leitura atenta sobre as matérias citadas.
Os comentaristas da Rede Globo atribuem a queda dos preços das ações da Petrobras ao anúncio do corte no plano de investimentos da Companhia. Isto é uma avaliação superficial e errada! Eu analiso, contrariamente aos comentaristas da Globo, a Companhia não deveria continuar investindo em "pré-sal" que dá prejuízo em cada barril que põe à superfície. Lembrando que o custo de produção da pré-sal é de US$ 50, enquanto o preço de barril de petróleo no mercado de Nova York (WTI) está abaixo de US$ 30.
Pela lógica da matemática, o consumidor de combustíveis no Brasil, "subsidia" a Petrobras para continuar explorar o "pré-sal" em US$ 20 (diferença entre US$ 50 e US$ 30) por barril de petróleo, consumido. O Brasil produz, equivalente em petróleo, cerca de 2,1 milhões de barris, sendo fatia crescente do óleo do "pré-sal" no escopo da produção da Petrobras. O consumo total do petróleo equivalente (engloba o gás) está próximo de 3,5 milhões de barris dia.
A Petrobras só não quebra, porque é uma empresa de economia mista, cujo controle acionário é da União Federal. A população vai continuar subsidiando a Companhia através de sobrepreço nos combustíveis, em relação aos preços internacionais. Por esta razão, acontece o "paradoxo" nos preços de combustíveis no Brasil, quanto mais barateia o petróleo no mercado internacional, mais caro fica o preço dos combustíveis na bomba.
Nos próximos dias, não mais que em 3 meses, virão os aumentos de preço de combustíveis na bomba! Uma verdadeira bomba na cabeça da população. Isto faz parte da economia "neoliberal", qualquer que seja as opções de governos que revesam no poder, há pelo menos 21 anos!
Quanto ao preço das ações da Petrobras, hoje dia 13/1, poderá haver uma pequena recuperação, mas a tendência no médio prazo é virar o maior mico da BMFBovespa.
Ossami Sakamori
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