A luta é desigual para o lado da presidente Dilma, no processo de impeachment contra ela. Por um lado, a Dilma precisa conquistar 172 votos para impedir que o plenário da Câmara dos Deputados aprovem a admissibilidade do processo de impeachment. Por outro lado, está o senador Romero Jucá para conseguir angariar 342 votos de deputados que apoiem o processo de impeachment.
Eu disse que a luta é desigual para o lado da presidente Dilma. É isto mesmo. Acompanhe o meu raciocínio. A presidente Dilma, em tese, dispõe de 7 cargos de ministros que pertencem aos deputados do PMDB para serem negociados, porém na prática, não dispõe de vaga nenhuma, pois que os ministros do PMDB se dizem fieis ao governo Dilma e estão ocupando o cargo, no momento.
Dilma oferece aos deputados indecisos, as possíveis vagas de ministros e cargos de segundo escalão. Tanto assim que resolveu fazer a "mini reforma" ministerial para após a votação do impeachment no dia 17, pela Câmara dos Deputados. Os cargos em comissão estão todos preenchidos pela atual base de sustentação, incluindo o PMDB. E pela fama que a Dilma tem de "promete mas não cumpre", os deputados que ainda não se definiram, cedendo também às pressões das ruas, votarão SIM. É a minha conclusão cartesiana de engenheiro.
Enquanto o Lula da Silva tenta negociar o "toma lá, dá cá", o presidente em exercício do PMDB, Romero Jucá, tem à sua disposição 39 ministérios, diretoria da Petrobras, diretoria da Eletrobras, diretoria do BNDES, diretoria da CEF, diretoria do BB, diretoria do BNB, diretoria do BASA e tantos outros Departamentos e órgãos vinculados ao governo federal para serem negociados. Assumindo Temer, todos os cargos ficarão disponíveis para preenchimento pela equipe do presidente Michel Temer, negociados previamente pelo presidente do PMDB, Romero Jucá.
Romero Jucá, tem à sua disposição além dos cargos já citados 24.000 cargos em comissão que serão preenchidos pelos novos colaboradores da equipe do eventual presidente Michel Temer. A Dilma não tem os mesmos cargos, porque já estão ocupados pelos petistas e nomes indicados pela base aliada. Resumindo, o jogo é desigual e é desfavorável para o lado da Dilma ao contrário do que aparenta ser.
Enquanto Dilma pratica o "toma lá, dá cá", o senador Romero Jucá, com passagem pelas lideranças no governo FHC, Lula da Silva e Dilma, pratica com desenvoltura o "dá cá, toma lá". Nestas condições, o jogo é amplamente favorável para o lado do Romero Jucá ou seja para o lado favorável ao impeachment da Dilma.
Dentro do quadro desenhado, o "SIM" ao impeachment vai vencer com grande margem, além do mínimo necessário de 342 votos. Dilma pratica "toma lá a promessa do cargo e dá cá o NÃO". Romero Jucá pratica "dá cá o voto SIM e toma lá o cargo a serem preenchidos".
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Ossami Sakamori
Credit: Ossami Sakamori BlogSpot
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