Atrás do déficit primário do Orçamento Fiscal de 2017, esconde um assombroso número do déficit nominal do mesmo Orçamento do próximo ano. O déficit primário que é o dinheiro que falta para cobrir os gastos do governo, com exceção dos juros da dívida pública, é de R$ 139 bilhões, enquanto o déficit nominal incluindo os juros é de R$ 399 bilhões.
Como cheguei no déficit nominal de R$ 399 bilhões, está amplamente justificada na matéria sobre o mesmo tema no meu blog Brasil liberal . Aqui, tratarei sobre o que cada déficit significa para o País e para a população como um todo.
Os números mostram que a situação econômica do País é extremamente grave, ao contrário do que afirmou o presidente Temer de que a crise econômica é psicológica. A afirmação infeliz foi feita para empresários associados à Confederação Nacional da Indústria, na última sexta-feira.
O déficit primário é o dinheiro que falta para cobrir os gastos do governo federal para manter a máquina pública em funcionamento. Para o governo poder pagar as despesas, o governo vai emitir títulos da dívidas para levantar R$ 139 bilhões e buscar outros R$ 55 bilhões com aumento de impostos e venda de ativos.
O déficit nominal é o volume de títulos da dívida que o governo terá que emitir para cobrir o dinheiro que falta para pagar as despesas do governo somado ao dinheiro necessário para cobrir os juros da dívida pública federal. Este dinheiro, a soma do que falta após a arrecadações do governo, está estimado em R$ 399 bilhões, somente no ano de 2017. Este é o rombo real do governo em 2017.
Se o governo não tivesse opção de "rolagem" da dívida no mercado financeiro, o governo federal teria que emitir R$ 399 bilhões em papel moeda. Isto, na prática não ocorre porque, o mercado financeiro especulativo financia a dívida pública federal. Em compensação, o volume de dívida pública federal vai crescendo em relação do PIB. Isto ocorre porque pagamos a taxa de juros que os agiotas internacionais impõe ao governo brasileiro.
Estima-se que no final do ano de 2016, o volume de endividamento deverá alcançar 62% do PIB. Se a dívida pública federal continuar crescendo no mesmo ritmo previsto de 6,5% do PIB ao longo dos próximos anos, em 6 anos o índice de endividamento deverá alcançar 100% do PIB ou em 10 anos estaremos dobrando o endividamento alcançando espantosa cifra de 120% do PIB. Lembrando que o PIB é tudo que o País produz no ano.
Se trazer o problema para o cotidiano, equivale a dizer que, o sujeito não consegue viver com o salário que recebe. O indivíduo necessita para sua própria sobrevivência, tomar empréstimos novos e rolar os antigos. Em outros termos, podemos dizer que o sujeito, equivalente ao Brasil, vive de dinheiro do agiota para a própria sobrevivência.
Não é preciso ser especialista para constatar que o sujeito está literalmente quebrado. O Brasil está, exatamente, nesta situação de precisar de dinheiro dos agiotas internacionais para a própria sobrevivência. Não é atoa que as agências de classificação de riscos considerem o Brasil no nível de "grau especulativo".
Com certeza, a crise econômica que atravessa o País, não é psicológica. Quem está a merecer tratamento psicológico é a pessoa que pronunciou a infeliz parábola.
Ossami Sakamori
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