Por jornalista Toninha Rodrigues*
Se você acha que é fácil e simples emagrecer com inibidor de apetite, acha errado. O medicamento é um coadjuvante no tratamento. É preciso planejar, ter um alvo, ter força de vontade e muita disciplina também.
O inibidor de apetite por si só não resolve, não trata a doença sozinho. É preciso mudar hábitos, reformar costumes errados, adotar medidas de reforma na saúde e no estilo de vida.
É preciso abraçar uma rotina de atividades físicas, de comida colorida na mesa, de corte de substâncias calóricas e nocivas. O remédio por si só não faz mágica. Age como um otimizador dos pontos do organismo que não funcionam adequadamente. Atua como um contentor da ansiedade e da compulsão, que o cérebro do paciente afetado por si só não consegue conter. Sendo tratado com o medicamento correto, e acompanhado por seu médico, então ele conseguirá fazer o que o senso comum (e errado) tanto lhe cobra: se exercitar e ingerir alimentos saudáveis e nas quantidades necessárias para suas necessidades nutricionais diárias.
É assim que os remédios anti-obesidade funcionam. Bem prescritos e monitorados pelo profissional de medicina, darão ao paciente o suporte físico e emocional que ele necessita para tocar a vida dentro dos padrões de saúde que o organismo requer. Dependendo da gravidade do caso, é necessário inclusive acompanhamento com psicólogo e nutricionista.
Muitos julgam o obeso pela força de uma cultura errônea em torno do assunto. E de maneira perversa, os grandes veículos de comunicação acabam reforçando o pensamento equivocado e injusto, ao difundirem informações parciais e preconceituosas. "Nem toda pessoa magra come pouco e nem toda pessoa gorda come muito", alertam especialistas de Nutrologia. Mesmo porque, a cultura da comilança ao engordar e do emagrecimento pelo exercício e dieta, por si só é contraditória. Como uma pessoa com 100 quilos, por exemplo, conseguiria fazer exercícios físicos? É preciso, primeiro, tratar o que causou esse aumento de peso.
Como o medicamento, a atividade física também é um coadjuvante, um dos itens do conjunto de medidas que envolve o tratamento. Sozinho, o exercício físico não vai funcionar. Sabe-se que a obesidade tem causas variadas, como distúrbios emocionais, transtornos psíquicos/comportamentais (a pessoa pode comer o mínimo, que não perde peso), distúrbios metabólicos, disfunções hormonais (inclusive da tireóide), disfunções glandulares (como hipófise, hipotálamo e supra-renal, que atuam no campo da saciedade e da sensação de fome), entre outras.
Anfepramona, femproporex e mazindol são os medicamentos mais eficazes no controle desses distúrbios, para garantir ao obeso a qualidade de vida essencial para sua existência. Simplesmente foram proibidos por uma agência reguladora cujo papel é cuidar, não castigar ou agir de forma obscura quanto às razões dessa proibição.
Baniram os medicamentos anti-obesidade do mercado, deixando à mercê da sorte (sim, da sorte!) milhões de pessoas, que jazem no sofrimento causado pelos incômodos e diversas patologias que a obesidade provoca, como diabetes, artroses, colesterol, hipertensão, câncer, infertilidade, depressão e outras síndromes.
Já pensou se proibissem o tratamento de doentes crônicos de outras patologias? Por que uma doença tão terrível não pode ser tratada com os medicamentos que combateram seu avanço e consequências com eficácia e segurança por mais de 50 anos? Por que tanto ódio da Anvisa contra os obesos?
No dia 14 de junho de 2016, o plenário da Câmara Federal aprovou, por quase 400 votos favoráveis, o Requerimento 4415/16, para que a Emenda 2, proposta pelo Senado Federal ao PL 2431/11, tramitasse em regime de Urgência. Desde então, o movimento dos obesos se mantém intenso nas redes sociais e nos canais de comunicação/interação da Câmara Federal, para que essa emenda seja votada e finalmente o projeto ir à sanção presidencial.
Deputado Rodrigo Maia já nos respondeu algumas vezes, sinalizando a votação da emenda ainda para este ano. Na página de notícias da Câmara, a publicação da aprovação do Requerimento de Urgência já soma 51 páginas de comentários, todos cobrando e implorando a votação dessa emenda! Desde a data da votação do Requerimento, essa notícia tem estado, quase todos os dias, no topo dentre as mais comentadas! (Clique aqui para conferir):
Deputado Rodrigo Maia: sabemos do momento delicado porque passa a política do País e entendemos. Mas não encerre o ano legislativo sem votar a nossa emenda. São milhões de pessoas que precisam de tratamento, de saúde e principalmente de respeito.
Lutam incansavelmente, pela aprovação do PL 2341/11, milhares de pacientes de todo o Brasil, apoiados por amigos, parentes e simpatizantes. O movimento conta, com a participação e o apoio irrestrito de entidades representativas da classe médica, como:
ABRAN - Associação Brasileira de Nutrologia
ABESO – Associação Brasileira para Estudos da Obesidade
AMB – Associação Médica Brasileira
CFM - Conselho Federal de Medicina
SBEM - Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
*Toninha Rodrigues é jornalista, geógrafa e paciente que luta contra a obesidade e os danos causados por ela.
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