A presidente Dilma se engana ao pensar que, homem da foto, o deputado Eduardo Cunha está morto. O Palácio do Planalto, através do Procurador Geral da Justiça Rodrigo Janot, está tentando abater leão com tiro de festim. Acertou o primeiro tiro com o vazamento de denúncia do recebimento de propina da Petrobras, tanto quanto outros mais de 40 parlamentares e agentes públicos.
Já vou avisando que nunca votei no deputado Eduardo Cunha, pois nem sou eleitor do estado de Rio de Janeiro. Nem tão pouco conheço a vida politica e empresarial do presidente da Câmara dos Deputados. No entanto, acompanho, como todos meus leitores, a Operação Lava Jato. Não vejo as mesmas deferências para com o ex-presidente Lula, por exemplo. O mesmo Procurador Geral que vaza informações, até sobre gastos pessoais da mulher do deputado, mas insiste em não convocar o Lula como investigado, apesar de inúmeras evidências. O Lula é citado na denúncia encaminhada ao STF como testemunha na Operação Lava Jato ao invés de investigado.
Não sou advogado de defesa do Eduardo Cunha, mas a mídia comandada pela Rede Globo, trata o deputado desigualmente a outros acusados da Operação Lava Jato. De repente, vejo que Lula da Silva, Renan Calheiros, Humberto Costa, Gleisi Hoffmann, Edison Lobão, Edinho Silva, João Vaccari Neto, Fernando Pimentel e tantos outros envolvidos na Operação Lava Jato, se tornaram santos. É muito estranho isto. Daqui a pouco vão dizer que o Eduardo Cunha é o chefe da facção criminosa.
Se o objetivo foi querer tirar a presidente Dilma e do ex-presidente Lula do foco da mídia e da Operação Lava Jato, estão quase a conseguir. Sim. A imprensa só fala em Eduardo Cunha, como se ele fosse o único vilão do maior esquema de ladroagem que deu prejuízo à Petrobras em R$ 10 bilhões, segundo o procurador federal Deltan Dallagnol. Não, não é, Eduardo Cunha é apenas uma peça menor no esquema de ladroagem da Petrobras. Cadê os chefões do esquema?
O leão, Eduardo Cunha, está com profundo ferimento do tiro alvejado pelo Planalto. O Cunha está sangrando. O Eduardo está vendo a facção criminosa querer focar atenção na sua pessoa para desviar atenção sobre o principal assunto do momento que é a eventual impeachment da presidente Dilma.
A Comissão de Justiça da Câmara deve rejeitar o pedido de impeachment feito pelo Hélio Bicudo, ex-petista, nesta semana. A oposição deve recorrer ao plenário da Câmara dos Deputados pela "admissibilidade" do pedido. O recurso da oposição deverá ser analisado pelo plenário dentro de 15 dias, quanto à admissibilidade. Aceito a admissibilidade, dar-se-á o início do processo de impeachment da presidente Dilma pelo Congresso Nacional.
Esse tiro que o Palácio do Planalto deu ao Eduardo Cunha, com certeza, vai voltar à Dilma, não mais como tiro de festim.
Nota: Para não haver nenhuma dúvida, o tiro que faço referência é no sentido figurativo. Igualmente, o animal citado no preâmbulo.
Ossami Sakamori
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