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domingo, 28 de fevereiro de 2016

Não haverá calote da dívida pública!


Sinto no dever de escrever sobre o assunto do calote da dívida pública porque o "boato" tomou conta da grande imprensa, na coluna de economia. Economistas de diversas tendências discutem sobre uma possível quebra do Brasil. Muitos lembram do que aconteceu na mudança de governo Sarney para o governo Collor. Eu mesmo escrevi sobre a crise econômica que passa o País, sob diversos ângulos. Após breve análise, vou terminar a matéria com conclusão que interessa a vocês.

O que está pegando. O Brasil vive momento crítico e o quadro tende a pior ainda mais. Em 2014, o PIB brasileiro, praticamente fechou em estabilidade, ou seja crescimento zero. O ano de 2015 fechou o ano com retração do PIB em 3,8%. As projeções dos indicadores para este ano, não são nada animadoras. O PIB de 2016 deve fechar com retração de 4%, com viés de continuar com retração em 2017. 

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Prosseguindo. O que mais está pegando é a inflação. O ano de 2015 o índice de inflação fechou em 10,67%. As projeções de analistas econômicos coincidem num ponto, de que a inflação deste ano não será abaixo de dois dígitos (10%). Com inflação de dois dígitos em anos seguidos, a administração do Orçamento Fiscal se torna quase impossível. Não há plano de governo que resista à inflação de dois dígitos, ela torna o Orçamento Fiscal inviável.

Diante do quadro acima, o governo central (federal) não consegue pagar as suas contas com o dinheiro que arrecada. Em 2014, sem as pedaladas fiscais, teria fechado com o "déficit primário" de cerca de R$ 55 bilhões. O ano de 2015, incluindo as pedaladas de 2014, fechou com o "déficit primário" de R$ 120 bilhões, grosso modo. Apesar de governo admitir "déficit primário" de R$ 61 bilhões, eu estou prevendo que o "déficit primário" de 2016 será ao redor de R$ 200 bilhões, ou aproximadamente 3,5% do PIB. O governo paga as contas emitindo títulos Selic, o que é grave.

A discussão sobre o "calote" vem destes números apresentado acima. País em recessão, com inflação alta e "déficit primário" gigantesco. 

O que preocupa o empresariado, os analistas econômicos e os articulistas, são os indicadores da economia que deteriora a cada dia. O governo tenta mudar o rumo da economia, mas não consegue. Não consegue reverter a situação pelo equívoco da matriz econômica adotada pelo próprio governo. Eu venho insistindo desde a posse da Dilma no primeiro mandato sobre o "erro sistêmico" da política econômica adotada. Eu venho fazendo crítica, desde a época que a presidente Dilma tinha aprovação por 77% da população.

No entanto, se o governo Dilma conseguir segurar os indicadores nos atuais patamares, isto é retração de 4%, inflação de 10% e taxa Selic em 14,25%, inexiste a possibilidade de "calote" da dívida pública, pelo menos neste ano. O ano de 2017, ninguém garante. Só vamos fazer avaliação no último trimestre deste ano.

Tenho repetido aqui que o "Brasil amanhã" será "Grécia ontem". Grécia deu "calote" na sua dívida pública e fez renegociação com os credores há poucos anos atrás. Apesar do rebaixamento da classificação de crédito do Brasil de "grau de investimento" para "grau de especulação", a reserva cambial garante a travessia do ano de 2016. O Brasil "caminha" para Grécia ontem no futuro próximo, mas não haverá "calote" em 2016. 

O meu diagnóstico é que a matriz econômica adotada pelos sucessivos governos nos últimos 22 anos, não permite o desenvolvimento sustentável nos próximos anos. Não adianta trocar o nome do presidente da República e nem tão pouco do ministro da Fazenda, se não mudar a "matriz econômica neoliberal" adotada pelos sucessivos governos. 

A proposta para saída da situação que o Brasil está no meu e-book (vide publicidade). Se candidatos à presidência tem coragem e respaldo suficiente para implementá-la são outros quinhentos. Mas, afirmo que a nova matriz econômica sugerida por mim, não contempla "calote" da dívida pública. 

Ossami Sakamori








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