Segundo jornalistas da Globo News, na avaliação do Palácio do Planalto, as manifestações de ocorridas no dia de hoje, 16 de agosto, está aquém do previsto. Ainda segundo os jornalistas, o Planalto esperava um número maior de manifestantes.
Avenida Paulista - São Paulo
Segundo dados oficiais, houve participações de pouco mais de 800 mil manifestantes em todo o País, sendo 350 mil na Avenida Paulista na capital paulista. O número é inferior ao das manifestações anteriores ocorridos no mês de março e de abril deste ano. Mas isto tem pouca importância.
Esplanada dos Ministérios em Brasília
Ao contrário das manifestações anteriores, o principal foco foi contra a presidente Dilma. Houve muitos cartazes de apoio também à Operação Lava Jato e ao juiz Sérgio Moro.
Em apoio ao juiz Sérgio Moro em Curitiba
Para contrapor ao movimento de ruas, foi organizado pelo CUT e pelos movimentos sociais, manifestação de apoio ao Lula e à presidente Dilma, denominada Jornada da Democracia, #NaoVaiTerGolpe. Segundo dado oficial, participou da manifestação 5 mil pessoas, organizada em frente ao prédio do Instituto Lula.
O presidente do CUT em frente ao Instituto Lula
O porta voz da presidência, divulgou nota que afirma que as manifestações da população estão dentro da normalidade democrática. A presidente Dilma tem reiterado que as manifestações seriam uma forma de tentativa de "golpe" do PSDB e partidos de oposição. Dá-se impressão de que o Palácio do Planalto quer estabelecer o número de manisfestantes como parâmetro para considerar "democrático" ou "golpe".
Os costumes políticos em países desenvolvidos, mesmo no regime presidencialista, um presidente da República com aprovação de 8% pela população, não teria condições políticas para continuar exercendo o cargo. Qualquer irregularidade administrativa seria suficiente para uma renúncia forçada ou mesmo impeachment. Foi o que aconteceu, aqui mesmo, com o presidente Collor.
Curiosamente, a revista Veja desta semana, faz paralelo entre a situação do presidente Collor à véspera do impeachment, com a situação da presidente Dilma. Coincidência ou não, no mesmo mês de agosto, houve manifestação da população, na mesma Avenida Paulista, com cerca de 350 mil participantes, que deu estopim para a cassação de mandato do presidente Collor. Presidente Collor foi cassado pelo Congresso Nacional em 29 de dezembro de 1992.
Motivos suficientes para impeachment não faltam para cassação de mandato da presidente Dilma. Um deles é a "pedalada fiscal" em 2014. Outro é o financiamento, mesmo que oficial, da campanha presidencial de 2014, com dinheiro oriundo das propinas da Petrobras. Cai por terra, a alegada "legitimidade do voto" pela presidente Dilma, para tentar permanência no poder até o período governamental que termina em 2018. Dilma não é dona do mandato.
A permanência ou não da Dilma no cargo de presidente da República independe de número de manifestantes serem maior ou menor que manifestação anterior. O número de manifestantes de hoje, 800 mil, segundo dados oficiais continua sendo um número expressivo. Contrário do que o Planalto quer passar ao povo, o número de manifestantes não é referência para cassação de mandato ou não. A questão é outra. A questão é "improbidade administrativa".
A presidente Dilma não se livrou da possibilidade concreta de responder ao processo de impeachment, apesar dos esforços dos seus novos apoiadores, todos com envolvimento em algum tipo de escândalo de desvio de dinheiro público. Refiro-me aos políticos que estão sob comando do presidente do Senado Renan Calheiros.
O fato é que a Dilma não se livrou da possibilidade de impeachment !
Ossami Sakamori
Original: Ossami Sakamori BlogSpot.com
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