Reprodução, na íntegra, da matéria do jornal Público, que circulou em Portugal.
José Dirceu foi detido nesta segunda-feira em Brasília por estar alegadamente envolvido no caso de corrupção na petrolífera do Estado brasileiro, a Petrobras. Para além do antigo número dois de Lula da Silva e a principal cara no caso Mensalão, foram também detidos Luiz Eduardo Silva, seu irmão, e Roberto Marques, o seu ex-assessor.
É uma nova fase da mega-operação policial Lava-Jato, a 17ª. Pelo menos 200 polícias brasileiros cumprem mandatos judiciais por todo o país, e, de acordo com o jornal Folha de São Paulo, há oito pessoas detidas. Neste novo desdobramento da investigação, as autoridades concentram-se nos beneficiários de subornos na administração pública e nos responsáveis pelas transações de luvas.
É aqui que entra José Dirceu. Segundo a investigação várias construtoras interessadas em contratos com a Petrobras pagaram subornos a Dirceu e à sua empresa de consultoria, a JD Consultores. Estes pagamentos terão começado em 2005, depois do ex-ministro da Casa Civil abandonar o Governo de Lula. Foi Julio Camargo, ex-executivo da empresa Toyo Setal, acusada no caso Lava-Jato, quem indicou o nome de Dirceu à polícia.
As suspeitas sobre Dirceu apontam para operações semelhantes às do caso Mensalão, o nome dado ao esquema de compra de votos no Congresso. O dinheiro de subornos passava então pelas suas sociedades de advocacia e consultoria. Nesta segunda-feira, o advogado de José Dirceu disse que Julio Camargo está a mentir.
O ex-ministro de Lula está em prisão domiciliária desde o final de 2014. Foi condenado em 2012 a sete anos e 11 meses de pena de prisão por corrupção ativa no caso Mensalão. Esteve quase um ano em prisão efetiva antes de ser autorizado a cumprir o resto da pena em casa.
Nota:
Reprodução fiel da matéria do jornal Público de Portugal.
Ossami Sakamori
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