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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

O efeito China vai pegar Brasil na contra mão!


A pauta, hoje em dia, está distante do mundo real que mexe economia do País no médio prazo. Quando falamos de 30 dias ou mais, é um tempo muito elástico porque a crise econômica está pegando feio no dia a dia de cada cidadão brasileiro. No entanto, não poderia deixar de comentar sobre o assunto que estará na pauta nos próximos meses. Refiro-me às consequências da recente desvalorização da moeda chinesa.

As desvalorizações da moeda chinesa dessa semana tem merecido pouco atenção no Brasil, mas o mundo todo está preocupado. Acontece que o Banco Central chinês fez três desvalorizações em dias consecutivos, 1,9% e 1,63%, na terça e na quarta-feira. E hoje, quinta feira, fez mais uma desvalorização do yuan em 1,11%. Na China, a cotação da moeda é fixado pelo governo, de acordo com o seu interesse. Faz parte da política econômica chinesa a cotação da sua moeda.

Agora, vocês vão me perguntar, o que é que o Brasil tem a ver com isso. Respondo. O movimento de desvalorizações da moeda chinesa tem tudo a ver com o Brasil. Aliás, não só interessa ao Brasil, mas para todo o mundo. O mercado financeiro internacional está de olho na movimentação do Banco Central chinês. 

A China é segunda economia do mundo, perdendo o posto somente para os Estados Unidos. O PIB chinês foi de US$ 10,38 trilhões em 2014, enquanto o PIB americano foi de US$ 17,41 trilhões. Comparativamente, o PIB do Brasil em 2014 foi de US$ 2,35, com previsão de fechar o ano de 2015 abaixo de US$ 2 trilhões. A China tem US$ 3,650 trilhões de reserva cambial enquanto o Brasil tem US$ 370 bilhões, praticamente um décimo do que possui a China. Pelo números, dá para aquilatar a importância da economia chinesa no mundo.

A China cresceu 7,4% em 2014 e a previsão de crescimento para este ano é ligeiramente abaixo de 7%. Enquanto os Estados Unidos prevê crescimento acima de 2,5% e o Brasil com retração de 2,5%, isto é PIB negativo de 2,5%. Nas últimas duas décadas, a China tem sido o motor da economia do mundo. O governo Lula navegou em mares mais calmos grande parte por conta da expansão da economia chinesa próximo de 10% ao ano. 

A preocupação do mundo global, sobretudo entre os países da Europa e em escala menor nos Estados Unidos, decorre da crescente exportação chinesa para estes países, em função da moeda chinesa estar desvalorizado. Pelo mesmo motivo e efeito contrário, os chineses vão comprar menos produtos dos países emergentes. Está aí, o problema do Brasil. Brasil que é tradicional exportador de produtos primários vai sofrer o efeito no curtíssimo prazo.

Sendo a China, a segunda maior economia do mundo, e comprando menos os commodities no mercado mundial, os produtos vão baixar no mercado global. Isto é lógica do mercado. Para o país como Brasil que depende de exportações de produtos primários, sobretudo de grãos e minérios, as medidas tomadas pelos chineses está vindo em má hora. Combalido com problemas de toda ordem, o Brasil necessita mais do que nunca exportar commodities em volume para compensar a retração do mercado interno.  E isto, não vai acontecer.



A notícia da desvalorização da moeda chinesa vem em má hora para o Brasil. Está vindo em contra mão!

Ossami Sakamori














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